Exames de rotina para homens que devem ser feitos pelo menos uma vez por ano

Exames de rotina para homens que devem ser feitos pelo menos uma vez por ano

Enquanto as mulheres aprendem desde cedo que é preciso fazer consultas periódicas com o ginecologista, os homens ainda só procuram o médico quando apresentam sintomas graves. Contudo, na maior parte das vezes, realizar um exame preventivo é muito mais simples e eficaz do que tratar uma doença já instalada.

A saúde masculina tem diferentes necessidades ao longo da vida, assim, os exames de rotina para homens variam conforme a idade, de modo a prevenir e monitorar as alterações mais comuns em cada etapa da vida. Veja os principais exames para ficar de olho na sua saúde:

 

 

Saúde masculina durante a infância e adolescência

Durante a infância e a adolescência, a saúde masculina costuma demandar apenas o acompanhamento do pediatra para monitorar se o desenvolvimento do menino ou do adolescente está ocorrendo conforme o esperado.

Contudo, caso o menino apresente sintomas que demandem investigação ou tenha histórico pessoal ou familiar de obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão, pode ser necessário realizar os chamados exames de rotina com antecedência.

Além disso, o início da vida sexual pode trazer a necessidade de rastrear possíveis doenças sexualmente transmissíveis, acrescentando novos exames à lista caso haja alguma suspeita.

 

A partir dos 20 anos os seguintes exames laboratoriais costumam ser indicados anualmente:

Hemograma

Também conhecido como exame de sangue, o hemograma indica a quantidade, o tamanho e a atividade das hemácias (glóbulos vermelhos), dos leucócitos (glóbulos brancos) e das plaquetas, permitindo identificar anemias, infecções, problemas de coagulação e suspeitas de diversos tipos de câncer.

 

Glicemia em jejum

Mede a concentração de açúcar (glicose) no sangue depois de um período de jejum, geralmente de oito horas. Esse exame é útil para identificar quadros de diabetes e pré-diabetes (condição inicial em que uma mudança de hábitos pode evitar o desenvolvimento definitivo da doença).

 

Colesterol e triglicerídeos

Nesses exames, é feita a dosagem de HDL, LDL, VLDL e triglicerídeos, revelando eventuais riscos aumentados para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

Assim como a glicemia em jejum, a dosagem do colesterol total, suas frações e os triglicerídeos é especialmente indicada durante a infância ou a adolescência quando o menino apresenta sobrepeso, obesidade ou histórico familiar de colesterol alto.

 

TGO e TGP (função hepática)

Estes são exames de rotina para dosar as enzimas TGO e TGP (ou, respectivamente, AST e ALT), que permitem detectar problemas no fígado, incluindo hepatite, cirrose e câncer. Por se tratar de um exame inespecífico, as alterações nos resultados também podem estar relacionadas a outros órgãos, indicando condições como hipotireoidismo, doença celíaca, pancreatite e infarto.

 

Creatinina e ureia (função renal)

Problemas no funcionamento dos rins podem ser detectados pela dosagem de creatinina e ureia em fases precoces, antes que outros sintomas se manifestem. Este é o caso da insuficiência renal, que se desenvolve silenciosamente e pode ter como causa doenças como hipertensão, diabetes, infecção urinária e cálculo renal.

 

Dosagem de hormônios da tireoide

O exame de sangue que dosa os hormônios T3, T4 e TSH, envolvidos no funcionamento da tireoide, é útil no diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo, entre outras condições que afetam essa glândula.

 

Exame de urina

Consiste na análise de características físicas como cor, densidade e pH da urina, além da dosagem de glicose, proteínas, hemácias, leucócitos e outros componentes desse fluido. O exame permite identificar alterações em todo o sistema urinário, como as infecções.

 

Sorologia para DSTs

A sorologia para DSTs não faz parte dos exames de rotina citados acima, mas é necessário realizá-la caso haja alguma suspeita ou tenha havido contato íntimo de risco. Assim, são indicados exames para hepatite B e C, citomegalovirose, sífilis e HIV. Algumas dessas doenças podem levar meses ou anos para apresentar os primeiros sintomas, de forma que o rastreamento das DSTs é importante ao longo de toda a vida.

 

A partir dos 40 anos

Nessa faixa etária, os homens devem aumentar os cuidados com a saúde cardiovascular, especialmente a prevenção do infarto. Além disso, o risco de câncer de próstata começa a ficar mais alto, o que também demanda mais atenção.

A partir dos 40 anos, o homem passa a apresentar uma queda em seus níveis de testosterona, que pode ou não ser percebida, apresentando sintomas. Dessa forma, os exames laboratoriais de rotina devem ser acompanhados por novas técnicas de rastreamento e investigação, incluindo:

 

Eletrocardiograma

Identifica alterações na frequência e nos batimentos cardíacos, entupimento das artérias, problemas nas válvulas e outras complicações. É feito por meio do registro dos batimentos em repouso e em atividade (“teste de esteira”).

 

Ecocardiograma

Este é um exame de imagem que consiste em uma ultrassonografia do coração. Ele possibilita ao médico visualizar o órgão por meio de imagens estáticas e em movimento, de modo a avaliar seu funcionamento e investigar a causa de dor no peito, sopro cardíaco e falta de ar.

A realização do ecocardiograma é ainda mais importante para homens que apresentam fatores de risco cardíaco, como obesidade, diabetes, colesterol alto e tabagismo.

 

Dosagem de PSA

Este exame consiste na coleta de uma amostra de sangue para a quantificação de uma proteína chamada antígeno prostático específico. Valores elevados dessa proteína indicam que há alguma alteração na próstata, incluindo inflamação (prostatite), crescimento benigno (hiperplasia prostática benigna) e câncer.

Para pacientes com risco elevado para o câncer de próstata, ou seja, homens negros, obesos ou com parentes de primeiro grau que apresentaram esse tipo de tumor, indica-se realizar a dosagem de PSA anualmente a partir dos 45 anos. Já para aqueles que não apresentam fatores de risco, é possível aguardar até os 50 anos.

 

Exame de próstata (toque retal)

O exame de toque retal consiste na apalpação da próstata para verificar se ela apresenta inchaço, nódulos ou outras alterações sugestivas de câncer. Para isso, o médico insere o indicador no reto do paciente e realiza o exame físico da glândula.

Embora ainda desperte desconfiança e seja alvo de preconceito, esse procedimento na verdade é simples, rápido e indolor e faz parte do dia a dia do urologista. Além disso, o exame de próstata permite a detecção de um câncer em estágio inicial, permitindo um tratamento menos agressivo e com maiores chances de cura.

O exame de toque retal não pode ser substituído pela dosagem de PSA, pois as duas técnicas são complementares. Sua indicação também é a partir dos 45 anos para homens com risco elevado para câncer de próstata e a partir dos 50 para os demais.

 

Dosagem de testosterona

Por volta dos 40 anos, os homens começam a apresentar uma redução gradual nos níveis de testosterona, o hormônio sexual masculino.

Apesar de ser um fenômeno natural do envelhecimento, essa queda pode ser acompanhada por alterações físicas e emocionais que prejudicam a qualidade de vida do paciente – um quadro conhecido como andropausa, que pode ser tratado com reposição hormonal.

A dosagem de testosterona não é indicada como exame de rotina, mas pode ser solicitada pelo médico se o homem apresentar sinais e sintomas como diminuição do desejo sexual, dificuldades de ereção, cansaço, fraqueza muscular, alterações de humor, depressão, perda de densidade óssea (aumento do risco de osteoporose), obesidade e ginecomastia (crescimento das mamas).

 

Depois dos 50 anos

Com a aproximação da terceira idade, é ainda mais importante estar em dia com os exames de rotina, que devem ser feitos pelo menos uma vez por ano na ausência de problemas ou conforme a recomendação médica.

Além disso, os homens que ainda não iniciaram o rastreamento do câncer de próstata por meio da dosagem de PSA e do exame de toque devem procurar o urologista para avaliar os riscos pessoais e a necessidade de realizar a investigação.

Outros exames que devem ser feitos a partir dessa faixa etária se destinam ao monitoramento da saúde ocular e à prevenção e ao diagnóstico precoce de câncer de cólon e reto, incluindo:

 

Exame de fundo de olho

Este exame é feito em recém-nascidos e pode ser realizado em outras etapas da vida caso surja a necessidade. Porém, a partir dos 50 anos, ele pode ser solicitado para auxiliar o diagnóstico de glaucoma e degeneração macular, entre outros problemas oftalmológicos.

Além das alterações na saúde ocular, o exame de fundo de olho é útil na detecção e no monitoramento de hipertensão arterial, diabetes e hemorragia intracraniana, entre outras doenças e condições.

 

Pesquisa de sangue oculto nas fezes

Com o passar do tempo, aumenta o risco do surgimento de câncer no cólon e no reto, tumores que são precedidos por lesões que podem ser tratadas, como os pólipos (crescimentos de tecido).

Como essas lesões apresentam um sangramento constante que não pode ser identificado nas fezes a olho nu, pode ser indicado recorrer a métodos laboratoriais para fazer essa investigação.

Esse é o caso da pesquisa de sangue oculta nas fezes, um exame que consiste na análise química do material fecal para identificar a presença de sangue. Vale lembrar que um resultado positivo não significa necessariamente um câncer, mas sim que será preciso investigar a origem do sangramento.

 

Colonoscopia

A colonoscopia pode ser solicitada isoladamente ou depois da pesquisa de sangue oculto nas fezes. Este exame permite a visualização das paredes internas do cólon e do reto, possibilitando que o médico identifique lesões pré-malignas ou cancerosas.

Pólipos de tamanho reduzido podem ser removidos durante a colonoscopia, de modo que ela pode ser considerada um exame preventivo. No caso de pólipos maiores ou outras lesões com características de malignidade, o médico coletará um fragmento do tecido para ser posteriormente submetido a uma biópsia.

Quando identificado em estágios iniciais, o câncer colorretal pode ser tratado por métodos menos agressivos e oferece maior chance de cura – e isso é válido para a maioria das doenças que desenvolvemos ao longo da vida.

Por isso, embora os homens ainda tenham o hábito de buscar atendimento médico apenas quando apresentam sintomas, a realização de exames preventivos traz muito mais benefícios e evita consequências sérias.

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